Atração principal do festival é uma procissão com um pênis gigante.
sexta-feira, 20 de março de 2009
It's a very gay world #2
Atração principal do festival é uma procissão com um pênis gigante.
sexta-feira, 13 de março de 2009
No começo...
terça-feira, 3 de março de 2009
segunda-feira, 2 de março de 2009
Novo esporte
A combinação juventude + dinheiro + estupidez + impunidade + criatividade deu origem a uma nova variante desse esporte: a "Tapetada". Em vez de taco de baseball, usa-se um tapete de borracha de automóvel enrolado, e substitui-se as caixas de correios por alvos móveis vivos.
A Tapetada já se popularizou a ponto de ganhar federação, comunidades no Orkut, vídeos no Youtube e passar até em novela em horário nobre (Caminho das Índias). Logo, logo, vira esporte olímpico.
Índia? Eu vou é pro Projac!
A novela das 8:00 p.m., que começa às 9:00 p.m., da Globo mostra uma índia mística, paradisíaca, misteriosa e agradável, onde os indianos são todos bem alimentados e saudáveis - muitos deles arianos -, vestindo belas roupas coloridas e tendo como pano de fundo palácios magníficos e belos, ou então feiras populares mais bonitas e organizadas que supermercado de shopping center.
Espera um pouco! Esta Índia existe sim. Fica no Projac, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma cidade cenográfica montada no centro de produção da rede Globo. É tudo de mentirinha.
A fórmula é conhecida: mostrar o que é belo, ocultar o que é feio, fazer muita propaganda e evitar entrar em polêmica. Ou pelo menos entrar apenas em polêmicas que não choquem demais. A trama se resume a um amor proibido, que no final engata; vários casais se formando e tendo filhos, vilões recebendo o merecido castigo, etc., "e todos viveram felizes para sempre".
Mas o filme que se consagrou como o grande vencedor do Oscar 2009, o ótimo "Quem quer ser um milionário", modesta produção do diretor britânico Peter Boyle, mostrou uma Índia bem diferente: pobreza extrema de boa parte da população, violência, exploração de menores, perseguições religiosas, preconceito, corrupção, e por aí vai. Em outras palavras, um pouco da Índia real.
Isso me lembrou também um outro país, cujo nome começa com "Bra" e termina com "sil", e que sofre basicamente com os mesmos problemas, apenas mudando as proporções. Este país também dificilmente é mostrado sem maquiagem na caixinha mágica.
Vejam um pouco da Índia dos contos de fadas:
E agora um pouco da Índia de verdade:
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Até que enfim alguém disse
Em entrevista recente à Revista Veja, sabidamente a mais "vendida" do país, o senador Jarbas Vasconcelos botou a boca no trombone. Disse que seu partido é promíscuo e corrupto, que o senado e o congresso estão podres e que a corrupção foi banalizada.
Duvido bastante da intencionalidade deste gesto, mas não posso deixar de admitir a verdade em suas palavras. E o mais estranho é que não foi dita nenhuma novidade, nenhum segredo. É de conhecimento geral, mas ninguém parece dar muita importância.
Chamou minha atenção principalmente o trecho que fala do Presidente Lula. É uma análise bastante precisa do jeito "Lula" de governar.
"O senhor sempre foi elogiado por Lula. Foi o primeiro político a visitá-lo quando deixou a prisão, chegou a ser cotado para vice em sua chapa. O que o levou a se tornar um dos maiores opositores a seu governo no Congresso?
Quando Lula foi eleito em 2002, eu vim a Brasília para defender que o PMDB apoiasse o governo, mas sem cargos nem benesses. Era essencial o apoio a Lula, pois ele havia se comprometido com a sociedade a promover reformas e governar com ética. Com o desenrolar do primeiro mandato, diante dos sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. Também não fez reforma tributária, não completou a reforma da Previdência nem a reforma trabalhista. Então eu acho que já foram seis anos perdidos. O mundo passou por uma fase áurea, de bonança, de desenvolvimento, e Lula não conseguiu tirar proveito disso.
A favor do governo Lula há o fato de o país ter voltado a crescer e os indicadores sociais terem melhorado.
O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. Mas foi só. O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. É um governo medíocre. E o mais grave é que essa mediocridade contamina vários setores do país. Não é à toa que o Senado e a Câmara estão piores. Lula não é o único responsável, mas é óbvio que a mediocridade do governo dele leva a isso.
Mas esse presidente que o senhor aponta como medíocre é recordista de popularidade. Em seu estado, Pernambuco, o presidente beira os 100% de aprovação.
O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.
O senhor não acha que o Bolsa Família tem virtudes?
Há um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. Em algumas regiões de Pernambuco, como a Zona da Mata e o agreste, já há uma grande carência de mão-de-obra. Famílias com dois ou três beneficiados pelo programa deixam o trabalho de lado, preferem viver de assistencialismo. Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família. A situação imediata do nordestino melhorou, mas a miséria social permanece."
Parece estranho quando não sou eu quem está dizendo.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
The Times They Are A-changin'
"O mundo já é dos semi-gordos. Daqueles que cultivam uma discreta porém sincera barriguinha de chope graças a uma dieta rica em alimentos hipercalóricos e pobre em nutrientes.
Em breve, em um futuro não tão distante, o mundo presenciará o triunfo dos gordos. Daqueles que possuem os mesmos hábitos dos semi-gordos, mas não precisarão utilizar escadas, pois até lá os elevadores já terão se adaptado a nova silhueta predominante. Ônibus? Eles não saberão o que é isso, pois possuirão carros espaçosos e vias trafegáveis idem, graças ao crescente e paulatino avanço do modo de vida capitalista, que fará dos automóveis artigos tão acessíveis quanto os biscoitos Globo. Crise no setor automobilístico, demissões em massa e férias coletivas? Isso é passageiro, pode escrever.
Os gordos trabalharão sentados diante de um computador e terão acesso a tudo que precisam através de uma tela de cristal líquido onde a solução para seus problemas estará sempre a um clique. As academias de ginástica e musculação fecharão as portas alegando falta de clientes. As clínicas de estética se especializarão em procedimentos para a colocação de silicone no abdômen e a preocupação com o tamanho dos seios ficará em segundo plano, pois mulher nenhuma vai querer passar pelo desconforto de sustentar as volumosas mamas com a barriguinha avantajada.
Por que você acha que a cada dia que passa surgem televisores maiores? Está clara e evidente a preparação das emissoras visando um futuro próximo, onde galãs obesos e mocinhas fofinhas contracenarão no horário nobre sem que hajam problemas de falta de espaço nos enquadramentos. E o que dizer do crescente uso de aparelhos celulares? É lógico que ninguém vai querer levantar da cama segurando um balde de pipoca enquanto o telefone fixo brada as quatro cantos que tem alguém ligando pra compartilhar a alegria de ter quebrado mais uma balança.
A fome é o combustível que alimenta a ganância pelo lucro. É ela quem vai ditar as tendências da moda, do consumo, das ações de responsabilidade social. Um candidato que não priorizar uma merenda escolar de qualidade não vai conseguir se eleger. Uma empresa do setor alimentício que não investir no sabor dos seus produtos estará fadada ao fracasso. Um governo que não investir em programas sociais de inclusão alimentar dificilmente será bem avaliado pela população.
A gula, meus amigos, é sim um pecado capital. Um pecado que, como os demais, se tornará tão comum que vai virar cultura de massa. E quando esse dia chegar, prepare-se: para conseguir seu espaço, ou você vira gordo ou morre pisoteado por um durante uma passeata anti-banalização do filé mignon."
The Big Bagos Theory #3
Mulher = puta
Definição de puta: qualquer mulher que:
1) me dá mole;
2) não me dá mole;
3) me dá mole, mas por algum motivo eu não consigo pegar.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Quantidade X Qualidade
Mais detalhes podem ser lidos na coluna de Gilberto Dimenstein, na Folhaonline.
A atual crise no ensino público, resultado décadas de sucateamento progressivo das instituições de ensino por falta de investimentos e de políticas públicas, chegou a níveis alarmantes: alunos que concluem os primeiros ciclos da educação básica sem ser plenamente alfabetizados, analfabetos funcionais com certificado de ensino médio, elevados índices de repetência e de evasão escolar, vagas em universidades federais sem ser preenchidas por falta de pontuação, baixa qualidade do ensino superior público, despreparo dos professores, etc.
É facil apontar o principal culpado: o professor, claro (?)! Esse pobre coitado que, apesar de possuir curso superior, muitas vezes uma pós-graguação (isso apenas para conseguir um posto de trabalho), recebe o menor salário para um cargo de 3º grau do país, que para conseguir sobreviver tem que encarar jornada dupla ou tripla e que muitas vezes não conta com condições mínimas de trabalho. Não é de admirar que pouco tempo lhe reste para investir em requalificação.
Pobre do professor, não tem nem sequer direito a fazer greve para pressionar a administração, pois esta é considerada imediatamente ilegal, visto que a criança tem o direito de frequentar a escola. Sem falar no alto número de profissionais que trabalham em regime de designação temporária, cujo contrato pode ser cessado a qualquer momento sem que para tanto seja necessário um motivo grave (até mesmo a aderência a greve serve). E sem FGTS. É de se esperar que esse profissional não seja muito engajado em movimentos de luta por direitos da categoria.
É um paradoxo: a educação é considerada um serviço essencial, mas a qualidade deste serviço não é.
Faz sentido. O objetivo dos atuais investimentos na educação pública é gerar estatísticas, que por definição são um aspecto quantitativo, e não qualitativo. O governo paga por aquilo que quer, nada além.
Tendo que lidar com a extensão do ensino fundamental em um ano (ensino fundamental de 9 anos), para a qual as administrações municipais e estaduais tiveram 5 anos para se preparar (e não se prepararam), a perspectiva de um aumento da obrigatoriedade escolar para o novo patamar proposto assume ares de um armagedon.
O resultado? A menos que o aumento de ingressos na rede escolar seja acompanhado de investimentos na mesma proporção, o que parece improvável, haverá uma superlotação nas escolas e nova queda na qualidade de ensino público. Para os professores isso resultará num aumento de trabalho (mais alunos por sala) sem aumento de salário, ou seja, diminuição salarial.
A medida do governo, às vésperas de uma eleição presidencial, cuja propaganda eleitoral foi iniciada de maneira informal e imoral com dois anos de antecedência para eleger uma candidata do Presidente, assume um caráter eleitoreiro.
A propósito, desistí de fazer um mestrado em educação. Vou fazer uma graduação em Tecnologia da Informação, cujo salário inicial é superior ao salário de um Doutor em educação.
Mais do mesmo
Chávez vence referendo na Venezuela e pode se candidatar para 3º mandato
O 'sim' ganhou com 54,36% dos votos, segundo o CNE.
A oposição conseguiu 45,63% dos votos.
A emenda constitucional que propõe a reeleição ilimitada do presidente e demais cargos públicos na Venezuela foi aprovada no referendo realizado neste domingo (15), com 54,36% dos votos, anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.
A eleição definiu que qualquer pessoa poderá disputar uma reeleição indeterminadamente. A vitória do "sim" beneficiou o presidente Hugo Chávez, que fez campanha por esse resultado. Ele pode agora se candidatar para um terceiro mandato consecutivo em 2012.
A oposição conseguiu 45,63% dos votos, segundo este primeiro boletim oficial. A abstenção foi de 32,95%, segundo o CNE.
Os centros de votação do referendo foram fechados neste domingo às 18h11 local (19h41 no horário de Brasília), anunciou o CNE.
"Queremos felicitar o povo da Venezuela por seu comportamento cívico e democrático no dia de hoje. Foi um dia extraordinário", felicitou Lucena.
"Abrimos de par em par as portas do futuro. A Venezuela não voltará ao passado da indignidade. Foi uma grande vitória! Aqui está o povo de Simón Bolívar levantando as bandeiras da dignidade! Vitória, vitória, vitória popular!", afirmou Chávez para uma multidão diante do palácio presidencial de Miraflores em Caracas.
O presidente considera que precisa de mais dez anos no poder para consolidar a 'revolução bolivariana' e aprofundar as conquistas sociais obtidas desde sua eleição em 1998.
Fonte: G1
Vai que essa moda pega? Com compras de votos megalomaníacas (ver Bolsa Família), o Brasil inauguraria uma dinastia Lulista, com uma nobreza petralha.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Convergência cinematográfica
Parece que a frase “nada se cria, tudo se copia” é mesmo uma das máximas do cinema. Não apenas pelas refilmagens em massa, como “Terça-feira 13”, ou “Dia dos Namorados Sangrento”, que serão lançados em breve; ou pela enxurrada de adaptações de livros e revistinhas para a telona (“O curioso Caso de Benjamin Button”, “Watchmen”, “Thor”, etc.). A ordem agora é copiar tudo que deu certo em outros filmes e juntar tudo num mesmo tacho.
É o caso de “Outlander”. Tem tudo pra ser um sucesso. Parece uma mistura de Halo, Alien – O oitavo passageiro e O 13º Guerreiro.
Após uma batalha que se desenrola nos céus há tempos, a nave de Kainan (James Caviezel) cai entre os nórdicos do passado. Pra piorar, o astronauta também descobre que não foi o único sobrevivente. Um segundo passageiro, da raça Moorwen também emerge dos escombros. Um tipo de animal feroz e sanguinário, o Moorwen quer destruir todos os que considera inimigos. Assim, Kainan precisa unir-se aos vikings e unir sua tecnologia às armas dos guerreiros para enfrentar o monstro antes que ele destrua a todos.
Esse Kainan é uma figura: Um guerreiro alien matador de dragões, comedor de norueguesas, que fala o idioma dos vikings (que falam inglês?!!!) sem sotaque, usa uma espada de adamantium e ainda vira o Rei. Nenhuma dessas idéias é original. Mas o filme até que é legal.
Veja o trailler:
Link para download: Megaupload
The Big Bagos Theory #1
Uma coisa que sempre me intrigou é como a legislação brasileira é contraditória. Um dos seus pilares fundamentais e o “Pincípio da igualdade”, segundo o qual “todo brasileiro é igual perante a lei”.
Como já dizia George Orwell, em “A Revolução dos Bichos”: “Todos iguais, mas alguns são mais iguais que outros” (impressionante como a maioria das pessoas pensa que essa frase é de Humberto Gessinger, músico da banda Engenheiros do Hawaii e Rei do plágio e das metáforas idiotas!).
Atrai especialmente a minha atenção a forma como o feminismo (movimento sócio-político que luta pela igualdade das mulheres em relação aos homens) é tratado no nosso país. Seu valores foram subvertidos, e tem assumido ares de uma “ditadura do sexo feminino”.
É politicamente incorreto sugerir ou afirmar a superioridade masculina em relação ao sexo feminino, mas é bem visto e aceito o contrário. E a própria legislação brasileira dá uma força, como a Lei Maria da Penha, que trata a questão da violência doméstica de forma desigual entre homens e mulheres.
O que critico não é a essencia da lei em sí, que consiste em tornar mais rigorosa a punição para a violência doméstica, mas o fato de a lei sugerir que a violência da mulher contra o homem não só é normal como bem vinda.
Contudo, as mulheres ainda aprenderam que ser feminista ou machista é uma questão de conveniência. Existem muitas mulheres que são feministas em relação a alguns assuntos, e machistas em relação a outros. Por exemplo, raras são as mais exacerbadas feministas que não acham normal o homem pagar a conta inteira do restaurante ou do motel.
E já que a situação está se invertendo, julgo ser meu direito e dever defender minha categoria e, é lógico, puxar a sardinha pro nosso lado. Vou postar mesmo uma série de tópicos machistas, recheados de humor negro. E Viva la revolución!
Hoje é sexta-feira!
Nunca me considerei uma pessoa supersticiosa, mas certas coisas desafiam a nossa racionalidade e, quando percebemos, já estamos cuidadosos ou apreensivos. E quando as coisas coincidentemente acontecem, pior ainda.Foi assim com a superstição de passar por baixo de uma escada. Certa vez, anos atrás, estava indo para o ponto de ônibus, e passei por baixo da escada que um pintor estava usando para pintar a fachada de uma casa. A lata de tinta caiu e me deu um banho de tinta branca.
E na escola? A lenda da mulher de agodão, aquela em que ninguém acredita? Pois é, eu não acreditava, mas segurava até chegar em casa pra usar o banheiro. Isso depois de encontrar um monte de algodão com sangue sobre a pia do banheiro da escola. Algum tempo depois, soube que um garoto havia cortado o pé na aula de educação física e usou o banheiro pra fazer um curativo, e esqueceu de jogar o material no lixo. Mas por via das dúvidas, parei de usar o banheiro da escola quando não tinha mais ninguém lá.
A sexta-feira 13
O número 13 é considerado de má sorte. Na numerologia o número 12 é considerado um número de coisas completas como 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou os 12 signos do zodíaco. Já o 13 é considerado um número irregular. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerada um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) temos o mais azarado dos dias.
Esta superstição pode ter tido origem no dia 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.
Outra possibilidade para esta crença está no fato de que Jesus Cristo provavelmente foi morto numa sexta-feira treze, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.
Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por execução na cruz e Judas provavelmente por suicídio.
Antes disso, porém, existem versões que provêm de duas lendas da mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.
Segundo outra história, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos."
Fonte: Wikipédia
Por via das dúvidas, vou olhar debaixo da cama e dentro do guarda-roupas antes de dormir.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
It’s a very gay world - #1

Rei de bateria em SP troca de escola, mas continua à frente dos ritmistas
“Saí em vários sites gays justamente por ser novidade. Mas eu não vim só para os gays, vim para as mulheres também. Tanto é que não sou gay. Tenho namorada e tudo”
Sei…
Un poco de Filosofía
Los dominios de la vida
“Si las veladas dominicales fueran prolongadas durante meses, ¿qué se haría de lahumanidad emancipada del sudor, libre del peso de la primera maldición? La maldición? La experiencia valdría la pena. Es más que probable que el crimen llegase a ser la única diversión, que el desenfreno pareciese candor, el aullido melodía y la mofa ternura. La sensación de la inmensidad del tiempo haría de cada segundo un intolerable suplicio, un pelotón de ejecución capital. En los corazones más llenos de poesía se instalarían un canibalismo estragado y una tristeza de hiena; los patíbulos y los verdugos languidecerían; las iglesias y los burdeles estallarían de suspiros. El universo transformado en tarde de domingo... es la definición del hastío y el fin del universo... Retirad la maldición suspendida sobre la Historia y ésta desaparece inmediatamente, lo mismo que la existencia, en la vacación absoluta, descubre su ficción. El trabajo construido en la nada forja y consolida los mitos; embriaguez elemental, excita y cultiva la creencia en la «realidad», pero la contemplación de la pura existencia, contemplación independiente de gestos y de objetos, no asimila más que lo que no es...
Los desocupados captan más cosas y son más profundos que los atareados: ninguna empresa limita su horizonte; nacidos en un eterno domingo, miran y miran mirar. La pereza es un escepticismo fisiológico, la duda de la carne. En un mundo transido de ociosidad, serían los únicos en no hacerse asesinos. Pero no forman parte de la
humanidad y, puesto que el sudor no es su fuerte, viven sin sufrir las consecuencias de la Vida y del Pecado. No haciendo el bien ni el mal, desdeñan -espectadores de la epilepsia humana- las semanas del tiempo, los esfuerzos que asfixian la conciencia. ¿Qué deberían temer de una prolongación ilimitada de ciertas tardes, sino el pesar de haber sostenido evidencias groseramente elementales? Entonces, la exasperación en lo verdadero podría inducirles a imitar a los otros y a complacerse en la tentación envilecedora de las tareas. Tal es el peligro que amenaza a la pereza, supervivencia milagrosa del paraíso.
(La única función del amor es ayudarnos a soportar las veladas dominicales, crueles e inconmensurables, que nos hieren para el resto de la semana y para la eternidad. Sin la seducción del espasmo ancestral, nos harían falta mil ojos para llantos ocultos, o, si no uñas para morder, uñas kilométricas... ¿Cómo matar de otra manera este tiempo que ya no transcurre? En estos domingos interminables, el dolor de ser se manifiesta plenamente. A veces uno llega a olvidarse en alguna cosa; pero ¿cómo olvidarse en el mundo mismo? Esta imposibilidad es la definición del dolor. El que esté aquejado por él no se curará nunca, aun cuando el universo cambiara completamente. Sólo su corazón debería cambiar, pero es inmodificable; también para él, existir no tiene más que un sentido: zambullirse en el sufrimiento, hasta que el ejercicio de una cotidiana nirvanización le eleve a la percepción de la irrealidad... )”
E.M. CIORAN – Breviario de Podredumbre
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
O motivo de eu não gostar da Mônica – Parte 2
Pesquisando na rede pela letra da música “Eduardo e Mônica”, tão marcante em minha adolescência, acabei topando com uma verdadeira pérola: uma análise das personalidades do Eduardo e da Mônica à partir da desconstrução do texto da música.
"Na música Eduardo e Mônica, do álbum "Dois" da Legião Urbana, de 1986, a figura masculina (Eduardo) é tratada sempre como alienada e inconsciente, enquanto a feminina (Mônica) é a portadora de uma sabedoria e um estilo de vida evoluidíssimos. analisemos o que diz a letra.
Logo na segunda estrofe, o autor insinua que Eduardo seja preguiçoso e indolente (Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar; Ficou deitado e viu que horas eram) ao mesmo tempo que tenta dar uma imagem forte e charmosa à Mônica (enquanto Mônica tomava um conhaque noutro canto da cidade como eles disseram). Ora, se esta cena tiver se passado de manhã como é provável, Eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar. Já Mônica revelaria-se uma cachaceira profissional, pois virar um conhaque antes do almoço é só para quem conhece muito bem o ofício.
Mais à frente, vemos Russo desenhar injustamente a personalidade de Eduardo de maneira frágil e imatura (Festa estranha, com gente esquisita). Bom, "Festa estranha" significa uma reunião de porra-loucas atrás de qualquer bagulho para poderem fugir da realidade com a desculpa esfarrapada de que são contra o sistema. "Gente esquisita" é, basicamente, um bando de sujeitos que têm o hábito gozado de dar a bunda após cinco minutos de conversa. Também são as garotas mais horrorosas da via-láctea. Enfim, esta era a tal "festa legal" em que Eduardo estava. O que mais ele podia fazer? Teve que encher a cara pra agüentar aquele pesadelo, como veremos a seguir.
Assim temos (- Eu não estou legal. Não agüento mais birita). Percebe-se que o jovem Eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. É um garoto puro e inocente, com a mente e o corpo sadios. Bem ao contrário de Mônica, uma notória bêbada sem-vergonha do underground.
Adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram (E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar). Vamos por partes: em "E a Mônica riu" nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de Mônica para com Eduardo. Ela ri de um bêbado inexperiente! Mais à frente, é bom esclarecer o que o autor preferiu maquiar. Onde lê-se "quis saber um pouco mais" leia-se" quis dar para"! É muita hipocrisia tentar passar uma imagem sofisticada da tal Mônica.
A verdade é que ela se sentiu bastante atraída pelo "boyzinho" que tentava impressionar"! É o máximo do preconceito leviano se referir ao singelo Eduardo como "boyzinho". Não é verdade. Caso fosse realmente um playboy, ele não teria ido se encontrar com Mônica de bicicleta, como consta na quarta estrofe (Se encontraram então no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo). Se alguém aí age como boy, esta seria Mônica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta. Como é sabido, aos 16 (Ela era de Leão e ele tinha dezesseis) todo boyzinho já costuma roubar o carro do pai, principalmente para impressionar uma maria-gasolina como Mônica.
E tem mais: se Eduardo fosse mesmo um playboy, teria penetrado com sua galera na tal festa, quebraria tudo e ia encher de porrada o esquisitão mais fraquinho de todos na frente de todo mundo, valeu?
Na ocasião do seu primeiro encontro, vemos Mônica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra, em oposição a uma humilde proposta do afável Eduardo (O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver filme do Godard). Atitude esta, nada democrática para quem se julga uma liberal.
Na verdade, Mônica é o que se convencionou chamar de P.I.M.B.A (Pseudo Intelectual Metido à Besta e Associados, ou seja, intelectuerdas, alternativos, cabeças e viadinhos vestidos de preto em geral), que acham que todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme europeu, de preferência francês, preto e branco, arrastado para caralho e com bastante cenas de baitolagem.
Em seguida Russo utiliza o eufemismo "menina" para se referir suavemente à Mônica (O Eduardo achou estranho e melhor não comentar. Mas a menina tinha tinta no cabelo). Menina? Pudim de cachaça seria mais adequado. Ainda há pouco vimos Mônica virar um Dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina? Além disto, se Mônica pinta o cabelo é porque é uma balzaca querendo fisgar um garotão viril. Ou então porque é uma baranga escrota.
O autor insiste em retratar Mônica como uma gênia sem par. (Ela fazia Medicina e falava alemão) e Eduardo como um idiota retardado (E ele ainda nas aulinhas de inglês). Note a comparação de intelecto entre o casal: ela domina o idioma germânico, sabidamente de difícil aprendizado, já tendo superado o vestibular altamente concorrido para Medicina. Ele, miseravelmente, tem que tomar aulas para poder balbuciar "iéis", "nou" e "mai neime is Eduardo"! Incomoda como são usadas as palavras "ainda" e "aulinhas", para refletir idéias de atraso intelectual e coisa sem valor, respectivamente.
Na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois (Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, De Van Gogh e dos Mutantes, De Caetano e de Rimbaud). Temos nesta lista um desfile de ícones dos P.I.M.B.A., muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. Por exemplo, é tamanha uma pretensa intimidade com o poeta Manuel de Souza Carneiro Bandeira Filho, que usou-se a expressão "do Bandeira". Francamente, "Bandeira" é aquele juiz que fica apitando impedimento na lateral do campo. O sujeito mais normal dessa moçada aí cortou a orelha por causa de uma sirigaita qualquer. Já viu o nível, né? Só porra-louca de primeira. Tem um outro peroba aí que tem coragem de rimar "Êta" com "Tiêta" e neguinho ainda diz que ele é gênio!
Mais uma vez insinua-se que Eduardo seja um imbecil acéfalo (E o Eduardo gostava de novela) e crianção (E jogava futebol de botão com seu avô). A bem da verdade, Eduardo é um exemplo. Que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso? Ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. Preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões! É de tocar o coração. E como esse gesto magnânimo foi usado na letra? Foi só para passar a imagem de Eduardo como um paspalho energúmeno. É óbvio, para o autor, o homem não sabe de nada. Mulher sim, é maturidade pura.
Continuando, temos (Ela falava coisas sobre o Planalto Central, Também magia e meditação). Falava merda, isso sim! Nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo. Qualquer chimpanzé lobotomizado pode grunhir qualquer absurdo que ninguém vai contestar. Por que? Porque não se pode provar absolutamente nada. Vale tudo! É o samba do crioulo doido. E quem foi cair nessa conversa mole jogada por Mônica? Eduardo é claro, o bem intencionado de plantão. E ainda temos mais um achincalhe ao garoto (E o Eduardo ainda estava no esquema escola - cinema - clube - televisão). O que o Sr. Russo queria? Que o esquema fosse "bar da esquina - terreiro de macumba - sauna gay - delegacia"?? E qual é o problema de se ir a escola?!?
Em seguida, já se nota que Eduardo está dominado pela cultura imposta por Mônica (Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato e foram viajar). Por ordem:
1) Teatro e artesanato não costumam pagar muito imposto.
2) Teatro e artesanato não são lá as coisas mais úteis do mundo.
3) Quer saber? Teatro e artesanato é coisa de viado!!!
Agora temos os versos mais cretinos de toda a letra (A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar). Mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar algum. Vejamos: Mônica trabalha na previsão do tempo? Não. Mônica é geóloga? Não. Mônica é professora de química? Não. A porra da Mônica é alguma aviadora? Também não. Então que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e ar que uma muriçoca não saiba?
Novamente, Eduardo é retratado como um debilóide pueril capaz de comprar alegremente a Torre Eiffel após ser convencido deste grande negócio pelo caô mais furado do mundo. Santa inocência... Ainda em (Ele aprendeu a beber), não precisa ser muito esperto pra sacar com quem... é claro, com a campeã do alambique! Eduardo poderia ter aprendido coisas mais úteis, como o código morse ou as capitais da Europa, mas não. Acharam melhor ensinar para o rapaz como encher a cara de pinga. Muito bem, Mônica! Grande contribuição!
Depois, temos (deixou o cabelo crescer). Pobre Eduardo. Àquela altura, estava crente que deixar crescer o cabelo o diferenciaria dos outros na sociedade. Isso sim é que é ativismo pessoal. Já dá pra ver aí o estrago causado por Mônica na cabeça do iludido Eduardo.
Sempre à frente em tudo, Mônica se forma quando Eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade (E ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular). Por esse ritmo, quando Eduardo conseguir o diploma, Mônica deverá estar ganhando o seu oitavo prêmio Nobel.
Outra prova da parcialidade do autor está em (porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação). É interessante notar que é o filho do Eduardo e não de Mônica, que ficou de segunda época. Em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta. Em suma, Mônica uma total escrota e Eduardo um otário. Sem dúvida Renato Russo defendia o seu time, ele era realmente uma feminista.”
Ví no “Um PASSINHO à FRENTE, faz o FAVOR”.
O motivo de eu não gostar da Mônica - Parte 1
Dos traumas que desenvolví em minha adolescência, nenhum foi mais devastador do que a minha “monicofobia” (medo de Mônica). Tudo por causa de uma música que fez bastante sucesso na época: “Eduardo e Mônica”, da banda Legião Urbana.
Me lembro que na sétima série, ano que marcou o ápice da humilhação na escola, a música tocava nas rádios o tempo todo. Não havia um dia sequer que não ouvisse alguém cantarolando ou assobiando a canção pelos corredores ou pátio da escola.
Lembro também que nessa época os garotos da minha turma estavam todos com os hormônios fervilhando, e eu não era excessão. Cabe ressaltar que no meu tempo os garotos eram mais bobos (e inofensivos) que os de hoje em dia. Perdiamos muito mais tempo falando de garotas do que falando com as garotas. Bem, nessa época pensávamos que sexo oral era falar de sexo…
Não bastava eu me chamar Eduardo, ser gordinho e andar com meus amigos semi-nerds Andersons (Anderson Pilon e Anderson Almeida), com os quais vivia apostando quem tirava as maiores notas; experimentava, pela primeira vez que me lembro, um amor platônico pela professora de ciências, a Flávia.
Ela era perfeita: loira de olhos azuis, cabelos levemente ondulados, corpo escultural, inteligente, engraçada. E eu, bem era eu…
Nem precisa dizer que, numa turma composta por 55% de meninos, ela era a professora preferida da turma. Mas haviam garotas na turma também, e algumas delas bonitinhas. Lembro da Rogéria e da Fernanda, filha do professor de educação física.
Bem, o fato é que eu não tinha chance alguma com nenhuma garota que eu conhecia, quem dirá com a professora Flávia. Cheguei inclusive a pensar que eu não teria chances com garota alguma. Infelizmente (isso mesmo,infelizmente!) eu estava errado. Havia uma garota com a qual eu podia ter alguma chance.
Ela era da oitava série e já tinha quatorze anos, e sempre que eu passava perto dela, podia ouvir ela cochichar algo no ouvido da irmã e dar uma risadinha. Sempre desconfiei que ela estava rindo de mim, e por isso tratava de desaparecer o mais rápido possível.
Um dia não consegui me esquivar, e me ví preso entre elas no estreito caminho para o pátio externo. Para minha surpresa, ao invés de começar a zombar de mim, ela foi bem legal. Perguntou o meu nome, do que eu gostava, e um monte de outras coisas que não me lembro. Por fim ela disse que me achava bonitinho.
Reagí da única forma possível: fiquei parado com cara de besta sem dizer absolutamente nada por um bom tempo. Não sabia se tinha entendido direito, nem o que dizer ou fazer. Ela foi embora e eu continuei lá, parado no corredor sem dizer nada.
Dois dias depois as coisas tomaram um novo rumo. Passei a conversar cada vez mais com ela antes da entrada e durante o recreio. Um dia finalmente domei coragem e disse que também achava ela gatinha, e chamei ela pra passear depois da saída.
Não era bem um encontro, só fomos dar uma volta na pracinha de Paul, perto da escola mesmo. Pra minha surpresa, mal descemos a escadaria, havia toda uma legião de seguradores de velas indo atrá da gente, dentre os quais pude identificar quase todos os garotos da minha sala, Fernanda, Rogéria e mais um monte de garotas que eu sabia ser da sala dela, inclusive sua irmã.
Para o meu azar, só percebí os intrusos quando já era tarde: eu estava já segurando as mãos dela e a meio caminho de um beijo, que foi constrangedor devido ao coro de “beija,beija”. Foi o primeiro e pior beijo que dei em toda minha vida. Para piorar, um dos garotos da minha sala, o Luciano, começou a cantar “…Eduardo e Monica...”, sendo seguido imediatamente pelos demais. Os garotos podem ser bastante cruéis na sétima serie.
Constrangido, nervoso e me sentindo miserável, dei por acabadoo nosso passeio e corrí pra casa sem nem sequer me despedir. Só parei de correr quando cheguei à porta de casa, sem fôlego e com a cabeça pesada.
Não fui à escola no dia seguinte. Me fingi de doente, e minha mãe acreditou sem questionar. Na segunda-feira, todo mundo que eu conhecia, e até quem eu não conhecia, parecia empenhado em me sacanear, cantando trechos da música ou comentando coisas como “tá namorando!”. E eu não era o único alvo. A Mônica estava passando por maus bocados na sala dela também.
Ela não falou comigo por um longo tempo, e nunca rolou mais nada entre nós. Depois disso passei a não gostar de Legião Urbana, de “Eduardo e Mônica”, do pessoal da minha sala e, principalmente, de qualquer garota chamada Mônica.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Sobre a grama e a estupidez
Certa vez, logo quando me mudei para Jacaraípe, recebí a visita de meus irmãos – coisa normal, pois MINHA casa frequentemente é confundida com NOSSA casa de praia –, e estava a trabalhar em meu quintal.
Como a casa havia ficado vazia por quatro meses, era normal que a propriedade estivesse com um aspecto não muito agradável: havia entulho espalhado pelo quintal, galhos e folhas secas espalhadas pelo chão e muita erva daninha no gramado, que por sinal cobria apenas dois terços da propriedade. O terço restante estava coberto por uma grossa camada de mato, devido à falta de manutençao da limpeza e também ao tempo chuvoso que fez durante os meses de abandono.
O terço do quintal coberto por mato desde o início indicava ser a parte mais difícil do trabalho, razão pela qual decidí concentrar os meus esforços nesta área. A primeira tarefa foi lipar o mato que impedia a abertura do portão. Este trabalho parecia infrutífero, pois poucos dias após capinar a área, o mato tornava a crescer e bloqueava o portão novamente, exigindo um novo esforço. Concluí que era necessário arrancar o mato pela raiz, um trabalho de formiguinha.
Haviam quatro pessoas no quintal, e apenas uma pessoa (eu) se peocupava em tornar o ambiente mais agradável. O resto observava em silêncio o meu esforço.
Bem, o silêncio durou pouco. O pequeno grupo entediado logo encontrou no trabalhador solitário, que perdia seu tempo numa tarefa tão inútil quanto contar grãos de areia na praia, um assunto perfeito para uma conversa.
Um aspecto curioso da natureza humana é que as pessoas apresentam grande resistência em gastar seu tempo e esforço para ajudar alguém a desempenhar uma tarefa, por mais simples que ela seja; mas não hesitam em perder mais tempo ainda criticando puramente o trabalho alheio. Diziam que aquela era a pior forma de fazer o trabalho, que levaria dias para concluir a tarefa, que era melhor pagar alguém para fazer o trabalho e que eu logo desistiria. Enfim, falaram por um longo tempo. Eu apenas escutava e continuava o trabalho.
Passado algum tempo, levantei-me e começei a juntar o mato arrancado num saco de lixo. O trabalho havia sido concluído. Mas o grupo continuava a discutir, sem se dar conta do que estava acontecendo. Algum tempo depois, levantaram-se, abriram o mesmo portão que eu havia desbloqueado e foram todos à praia.














